terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Morte saiu à Rua


Por entre os pingos da chuva

Chuva

Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,

Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.

Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.

Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...
 

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

Chuva, Chuva, Chuvinha


terça-feira, 16 de julho de 2013

Naquele Automóvel de 30 Cavalos

Tamara de Lempicka

Se Alguma Janela Aberta o Incomoda...


Sempre que o Homem Sonha

SONHOS

Não há cânon para aferir o pensamento
Não me vendam ilusões, não me torturem
A razão, não tem espaço nem tem tempo
                                                                                                    E ao sonho não há mesas que o curem

Não me queiram moldar, tornar abjecto
Catequizar, robotizar, tornar senil
Não me moldem a razão, nem o dialecto
Sou humano, tenho vida e sonhos mil

Tenho o sonho tão urgente e prematuro
Que outros querem transformar em utopia
De acabar com a ignóbil ironia
De serem outros a decidir do meu futuro

Tenho sonhos do presente e do passado
Tenho o sonho de sonhar quando acordado
Antonio Faria (16/07/2013)

terça-feira, 23 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

Aniversário

Charles Chaplin (16/04/1889 -25/12/1977)


Canção de Ninar





Smile though your heart is aching
Smile even though its breaking
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile with your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll find that life is still worthwhile

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Tiras Coloridas

foto própria

Ponha Aqui o seu Pézinho

Joana Rosa Bragança - cartaz de filme

Arte pela Arte

da net

Poema

Havemos de ser outros amanhã
ou daqui a momentos ou já agora
e dificilmente reconheceremos o espaço da alegria
em que noutras horas chegámos a nascer

e então meu amor
(não sei se reparaste mas é a primeira vez
que escrevo meu amor)
teremos nos olhos a cor sem cor
das roupas muito usadas
e guardaremos os despojos das noites
em que tudo sem querer nos magoava
nas gavetas daqueles velhos armários
com cheiro a cânfora e a tempo inútil
onde há muitos anos escondemos
um postal da Torre de Belém em tons de azul
e um bilhete para a matiné das seis no São Jorge
onde um homem (que muitos anos depois
segundo me contaram se suicidou)
tocava orgão nos intervalos em que
nos beijávamos às escondidas

e dessas gavetas rebenta a poeira do tempo
que matámos a frio dentro de nós
com os filhos que perdemos em camas de ninguém
e as pedras que nasceram no lugar das cinzas
e havemos de perguntar (mesmo sabendo que
já não há ninguém para nos responder)
por que foi que nos largaram no mundo
vestidos de tão frágeis certezas
por que nos abandonaram assim
no rebentar de todas as tempestades
sabendo que o futuro que nos prometiam batia
ao ritmo das horas que já tinham sido
destinadas a outros e nunca
voltariam a tempo de nos salvar

mas enquanto vai escorrendo de nós o pó
desses lugares onde ainda há vozes
que não desistiram de perguntar por nós
vamos bebendo a água inicial das nossas línguas
um ao outro devolvendo o pouco
que conseguimos salvar de todos os dilúvios

Alice Vieira

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Reflexos



foto própria
Sola, sapato,
Rei rainha
Foi ao mar
Buscar sardinha
Para a mulher
Do juiz
Que está presa
Pelo nariz;
Salta a pulga
Na balança
Que vai ter
Até à França,
Os cavalos
A correr
As meninas
A aprender,
Qual será
A mais bonita
Que se vai
Esconder.
 

domingo, 31 de março de 2013

Mar de dentro

Postal "Leça - Lavando sardinha", de 1907

Edição de Carlos Pereira Cardoso (Estrela Vermelha)

sábado, 30 de março de 2013

Pelo Sonho é que Vamos

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.


Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.


Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.


Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.


Sebastião da Gama



sexta-feira, 29 de março de 2013

Pôr do Sol

Matosinhos - Praia 











   
Fotografia de Marco A. Chalita

Na Cruz

-Minha mãe, quem é aquele
Pregado naquela cruz?
- Aquele, filho, é Jesus...
É a santa imagem dele!

                   -E quem é Jesus? - É Deus!
                   -E quem é Deus? - Quem nos cria,
                   Quem nos manda a luz do dia
                    E fez a Terra e os Céus;

E veio ensinar à gente
Que todos somos irmãos,
E devemos dar as mãos
Uns aos outros irmãmente.

                     Todo amor, todo bondade!
                     -E morreu? - Para mostrar
                     Que a gente pela Verdade
                     Se deve deixar matar.



João de Deus

Música em Movimento

da net

terça-feira, 26 de março de 2013

Tão perto e tão longe



Ó Senhor de Matosinhos

Matosinhos - Igreja Matriz

Segue dentro de momentos

RTP - Mira técnica

Pouca terra

Matosinhos - Estação dos Combóios

Segmentos

Matosinhos - Circunvalação

Geometrias

Faro - Avenida do Liceu

Rio grande

1961 - cheias rio Douro

Aguarela

Júlio Resende - Leixões

Abertura

Isto já nem é um desafio. É mais aventura. Outra aventura. Para ocupar a mente e deixar qualquer coisinha que outros possam dar continuidade. No baú repousam trastes velhos e coisinhas cujos préstimos e importâncias residem na exata medida da sua serventia passada.
O pó amarelece, a humidade mancha e o bichito come. Neste espaço sem espaço ficarão guardados, suspensos de um tempo sem tempo.
Ora vamos lá!